Uma joaninha muito bem acompanhada em busca de uma vida mais saudável na cozinha e no ginásio.

segunda-feira, 4 de abril de 2016

"Hoje quero pipocas" ou quando o mundo conspira a nosso favor...

Ontem decidimos ir ao cinema. Percebi que havia um filme que gostava mesmo de ver e que já tinha estreado em Março. Procurei onde estaria e que sessões haveria e descobri que nos cinemas onde costumo ir só havia sessões à noite. Fora de questão a um domingo com a baby Mati.
Lembrei-me de um dos cinemas onde ia quando era adolescente - o único que conheço que não se rendeu à grande cadeia de cinemas de Portugal.

Portanto, lá fomos nós. Chegamos com alguma antecedência e encontramos filas imensas para comprar os bilhetes. Sem descontos, a brincadeira ficou por mais do dobro do que seria nos outros cinemas. Auch! Não contava e confesso que não gostei. Fomos passear um bocadinho e  20 minutos antes do início da sessão fomos para a entrada dos cinemas enquanto eu partilhava, pelo caminho, com o meu marido -"hoje quero pipocas" (que não é nada, nada, nada costume em mim actualmente).

E ele, como bom marido que é, ainda olhou para mim com aquele olhar arregalado de "tu??vais comer pipocas cheias de açúcar e porcarias?", mas de pouco lhe valeu. Eu comecei a salivar de tal forma com a memória da minha adolescência com aquelas pipocas e com um olhar de cachorrinho pachorrento que ele sorriu e concordou em dividirmos um pacote.

e é aqui, meus amigos, que o mundo conspirou a meu favor.

(isto é o mundo a pensar) - "ora agora, vai esta rapariga estragar a sua semana impecável com mãos cheias de pipocas quentinhas, estaladiças, docinhas e reconfortantes? na, na, na, na, na. Vamos lá fazer com que ela perca a ideia...."

Chegados à entrada do cinema as filas para as pipocas eram intermináveis. Mas faltavam 20 minutos. O maridão ficou numa fila e eu noutra - a ver qual se despachava mais depressa.
Percebe ele, rapidamente que não adiantava de muito - ao ler um aviso nos ecrãs do cinema - "não se aceitam pagamentos com multibanco". Bolas. Nenhum de nós tinha dinheiro.
Ele sai da fila para ir ao multibanco mais próximo. A minha fila anda demasiado devagar.
Ele regressa para outra fila e ficamos a olhar um para o outro e a suspirar à distância.
Começo a olhar para o relógio e a ver o tempo a passar e a hora da sessão a aproximar-se.

Ao nosso lado forma-se uma fila imensa também. Tento espreitar, do alto do meu 1.50m e vejo que é fila para validar os bilhetes para entrar nas salas. Aí desisto! Respiro fundo, digo mal da minha vida, avanço para a fila do meu marido e digo-lhe "vá, vamos sem pipocas" (pelo meio devo ter dito uns quantos, "nunca mais me apanham cá"; "parece impossível, tanta gente"; "mas lembrou-se tudo de vir ao cinema hoje?"  - isto já era o meu humor de perceber que ia mesmo ficar sem pipocas.)

Enfrentamos a fila para entrar na sala e percebemos que não havia lugares marcados - como é que um cinema não tem lugares marcados? Realmente na bilheteira ninguém nos perguntou que tipo de lugares queríamos. Ficamos numa lateral - bolas!

Começam os trailers - estou de mau humor - não é o cinema que costumo ir, não gosto da sala, não tenho pipocas e até os trailers são miseráveis. Penso que mais valia não ter vindo.

Diz o meu marido - "não te preocupes, compro-te pipocas no intervalo."

Sorri e relaxo. Quem tem um marido assim tem tudo! O filme começou e acabou e...não houve intervalo! (mas os cinemas não fazem sempre intervalo?)

Não comi as pipocas. Gostei do filme. E hoje não sinto os "efeitos secundários" que sentiria se as tivesse comido.
Afinal quando temos um objetivo o mundo conspira mesmo a nosso favor!

Joaninha Fit